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Brasil. Mapa de violência revela que mulheres idosas são as mais agredidas

Miércoles, 19 de Junio de 2013
Políticas y Derechos

As mulheres são as principais vítimas da violência contra as pessoas idosas no Distrito Federal e os maiores agressores são os filhos. A triste realidade foi constatada por pesquisa realizada pela Central Judicial do Idoso - CJI, da qual resultou o Mapa da Violência Contra a Pessoa Idosa no Distrito Federal. O Mapa acaba de ser apresentado no Seminário Violência Contra a Pessoa Idosa – Reflexão com a Rede de Proteção do DF, que acontece ao longo da tarde desta quarta-feira, 12/6, no Auditório Sepúlveda Pertence, no térreo do Bloco A do Fórum de Brasília. Na abertura do evento, foi lançado um vídeo de dois minutos alertando para os diversos tipos de violência praticados contra as pessoas com mais de 60 anos.

O Mapa foi construído a partir da compilação de dados de diferentes fontes, no período compreendido entre janeiro de 2008 e dezembro de 2012, reunindo principalmente atendimentos efetuados pela Central Judicial do Idoso; pelo Disque Direitos Humanos da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, o Disque 100; e pelo do Núcleo de Estudos e Programas na Atenção e Vigilância em Violência – NEPAV, da Secretaria de Saúde do Distrito Federal.

Dos idosos que sofreram algum tipo de violência, 63,82% eram mulheres. As faixas etárias com maior número de ocorrências (para homens e mulheres) são entre 60 e 70 anos, com 666 casos, equivalentes a 36,8% dos 1.810 atendimentos efetuados, e entre 71 e 80 anos, com 663 casos. Os tipos mais comuns de violência são a psicológica, com 31,81% dos casos, seguida da negligência, com 24,97%, da violência financeira, com 16,27% e da violência física, com 14,71%. Em relação às regiões administrativas do DF com maior incidência de casos de violência, destacam-se Ceilândia, com 18,2%; Brasília, com 11,13%; e Taguatinga, com 11,02%. A pesquisa mostrou ainda que 64,64% dos agressores eram os próprios filhos e filhas e que, em apenas 1% dos casos, o cuidador era quem agredia a pessoa idosa.

Nos cinco anos compreendidos pelo estudo, observou-se um aumento expressivo no número de denúncias de violência. Em 2008, a Central recebeu 98 denúncias. Em 2010, foram registrados 119 casos. Em 2011, a Central e o Disque 100 receberam, juntos, 330 denúncias e, em 2012, esse número cresceu para 1.088.

Segundo o professor emérito da UnB e docente da UCB, Vicente de Paula Faleiros, prefaciando o trabalho, "a publicação da Central Judicial do Idoso, é de fundamental importância para o diagnóstico e a formulação de políticas e de medidas referentes à violência contra a pessoa idosa". Ele chama atenção para o fato de que “os dados atualizados mostram que há um aumento das denúncias, ou seja, a agressão à velhice está com mais visibilidade e mais reação da sociedade”. O trabalho da Central foi motivado justamente pela necessidade de conhecer a violência contra essas pessoas no DF “para, com fundamento, propor políticas públicas efetivas de enfrentamento”.

A CJI é um projeto pioneiro do TJDFT, do Ministério Público do DF e da Defensoria Pública do DF. Conta ainda com a cooperação técnica da Polícia Civil do DF. Atua no acolhimento aos idosos que têm seus direitos ameaçados ou violados e que necessitam de orientação na esfera da Justiça. Promove também a articulação com diversas instituições governamentais e não-governamentais, visando ações de parceria para o atendimento das demandas apresentadas pela população idosa. No âmbito do TJDFT, a CJI está vinculada à Segunda Vice-Presidência.

Fonte: TJDFT – 12/6/2013.
http://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/noticias/2013/junho/mapa-mostra-que-mulheres-idosas-sao-as-mais-agredidas