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Idosos têm direitos desrespeitados em asilos brasileiros, aponta relatório

Lunes, 01 de Septiembre de 2008
Recortes de prensa

Agência Brasil
26/8/2008.

Brasília - A maior parte dos asilos brasileiros não respeita o estatuto do idoso e segue um modelo de exclusão, segregação e subtração da cidadania dos internos. A conclusão é de um estudo realizado em parceria pelo Conselho Federal de Medicina (CFP) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

O Relatório de Inspeção a Instituições de Longa Permanência para Idosos foi feito a partir de visitas sem prévio aviso a 24 instituições de 11 estados e do Distrito Federal. O cenário relatado é de descaso, abandono, falta de higiene em algumas instituições, instalações inadequadas em outras, ócio e esquecimento.

“A imagem mais marcante que ficou foi a da espera da morte. Por exemplo, às dez da manhã um idoso sentado à mesa esperando o almoço que seria servido ao meio-dia. Quer dizer, aquela seria a única atividade durante o dia”, conta a coordenadora do estudo, Ana Luiza Castro, do Conselho de Direitos Humanos do CFP.

Apesar disso, alguns asilos e casas de repouso foram exemplos de bons cuidados. É o caso da Associação São Vicente de Paulo, em Taguatinga, no Distrito Federal. Lá, os inspetores observaram que desde as instalações adequadas, até a preservação dos vínculos familiares, todos os direitos das idosas – a casa abriga 30 mulheres – são respeitados.

No Piauí, outro lar foi elogiado no relatório. No Abrigo São Lucas, em Teresina, os 52 internos dividem apenas 2 banheiros e não possuem instalações apropriadas para o recebimento de visitas, mas elas podem acontecer a qualquer hora, irrestritamente. Mesmo com as dificuldades, o abrigo foi considerado um ambiente de respeito e dignidade aos internos.

“Essa parceria tem o objetivo de ver como é o funcionamento e a inclusão social a ser feita no âmbito das instituições”, explica o vice-presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB, Percílio de Sousa Lima Neto.