A Associação Nacional de Gerontologia de Santa Catarina – ANG/SC, entidade não governamental, de natureza técnico-científica e cultural, com atuação nas questões do Envelhecimento Humano, desde 23 de agosto de 1989 vem contribuindo para a inclusão social da pessoa idosa e defendendo a melhoria de suas condições de vida.
Nesta perspectiva, a ANG SC, por meio da sua Comissão de Políticas de Direitos da Pessoa Idosa, elaborou documento com reivindicações no âmbito do atendimento a este público. Dentre as propostas enumeradas está a implantação de Centros-Dia para Pessoas Idosas como opção de cuidado diurno, evitando o afastamento da família.
O referido documento foi entregue a todos os candidatos a Prefeito de Florianópolis, e a implantação de Centros-Dia figura como proposta prioritária, tendo em vista a demanda atual do município, bem como em todo Estado.
No entanto, torna-se necessário que a comunidade em geral compreenda o que é e como funciona um Centro-Dia, para apoiar sua implantação.
O Centro-Dia é um Programa Social, que tem por objetivo oferecer um serviço especializado ao idoso em situação de vulnerabilidade social, contemplando suas necessidades de assistência multidisciplinar e evitando sua exposição a situações de risco, como acidentes domésticos, violência doméstica, depressão, isolamento, sedentarismo, entre outros. Neste local, as instalações devem ser adequadas para as pessoas idosas semidependentes que terão oportunidade de convivência social durante o dia, além de receber serviços de apoio que incluem: realização de atividades físicas, recreativas, culturais e cuidados à saúde, bem como auxílio na realização das atividades da vida diária (AVDs), quando necessário. Sendo assim, deverá funcionar com a participação de profissionais capacitados especialmente na área da gerontologia.
Nesse sentido, caberá ao poder público a regulamentação deste programa por meio da participação das Secretarias Municipais de Saúde e de Assistência Social, que também poderá contar também com o auxílio da Estratégia de Saúde da Família no atendimento aos idosos, da sua área de abrangência.
Porém, ao voltar a atenção para o termo utilizado para designar esta modalidade de atendimento, especialistas orientam que o termo “Creche para idosos” é pejorativo e infantiliza o idoso, pois mesmo no caso de pessoas com algum tipo demência é fundamental manter sua autonomia e respeitar seus desejos. Neste sentido a denominação Centro-Dia é a mais adequada.
Considerando ainda o crescente número de idosos na população brasileira juntamente com as mudanças na estrutura e dinâmica familiar, acredita-se que a implantação de Centros-Dia, modalidade não asilar, constitui-se um poderoso veículo de apoio e socialização, evitando a institucionalização e promovendo benefícios psicossociais à pessoa que envelhece, quando a mesma permanece com sua família que terá suporte para exercer um cuidado adequado e, ao mesmo tempo suas funções fora de casa.
Florianópolis, SC, 18 de outubro de 2012
Marília Celina Felício Fragoso
CRESS n.º 0049 - 12 Região
Presidente ANG SC
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