Envelhecimento impõe novos comportamentos

Martes, 08 de Enero de 2008

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Publicado em
Diário do Amazonas - 21 dez. 2007


Pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) mostra que Manaus é uma das capitais que têm um dos maiores números de pessoas com mais de 100 anos. São 89 pessoas centenárias. No entanto, o que mais impressiona é o percentual de amazonenses acima de 60 anos. Cerca de 10% da população está nessa faixa etária. A sociedade, no entanto, não está discutindo o significado desse novo perfil da população. O Amazonas está envelhecendo e isso implica na adoção de uma série de ações para permitir a melhoria da qualidade de vida da população idosa.

Nos últimos anos, houve avanços na legislação, como o Estatuto do Idoso, mas os resultados concretos ainda são mínimos. O sistema de saúde é precário, as aposentadorias irrisórias (dos 23 milhões de aposentados, 18 milhões recebem um salário mínimo) e as empresas discriminam abertamente os idosos candidatos a uma vaga de emprego.

Esse novo quadro demográfico deve ser olhado com mais carinho e respeito pela sociedade. As cidades não estão adaptadas para servir a uma população mais idosa. São poucas as políticas públicas que promovem o bem-estar da terceira idade. Não se estimula a inserção desse público em projetos educacionais, culturais e em espaços de convivência saudáveis.

Os jovens devem se conscientizar de que o envelhecimento é um processo que dura toda a vida e deve ser reconhecido como tal. O bem-estar ao envelhecer depende de como se vive a mocidade, e do suporte dado pela sociedade para que se possa aproveitar cada fase da vida. A preparação deve ter início na educação básica, conscientizando os alunos que, solidarizando-se com os idosos, defendem seus próprios interesses, já que estão sujeitos ao mesmo fim.

A educação é a chave para que a terceira idade deixe de ser encarada como fase a ser suportada estoicamente, e passe a ser desfrutada e compartilhada com indivíduos de todas as idades, num exercício de convivência e cidadania, visando à uma sociedade menos restritiva e alienada.