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Brasil. Primeira Marcha Dos Cabeças Brancas – São Paulo
Miércoles, 03 de Octubre de 2007
Aprendizajes y Experiencias
Em comemoração do Dia Internacional do Idoso houve manifestações nas ruas e praças de toda a América Latina (cerca de 16 paises), lideradas pela Caritas Chile que há 2 anos já incentiva esse evento. Nesse ano, os idosos brasileiros resolveram aderir e em grande número de cidades de todo nosso território os idosos saÃram à s ruas portando cartazes, bandeiras e faixas com as suas reivindicações.
Somos de opinião, salvo prova em contrário, que é a primeira vês na história de nosso paÃs, que os idosos saÃram à s ruas para manifestar a sua opinião, o seu inconformismo e participar da luta pela reconquista da dignidade perdida nos atuais tempos, tempos desleais para os que tanto batalharam no passado.
Aproximadamente 1000 idosos compareceram à Praça da Sé numa concentração que reuniu idosos de todas as regiões da capital e de algumas cidades vizinhas. Bandeirinhas de todas as cores, cada uma simbolizando uma região representada, havia também idosos portadores de necessidades especiais que a despeito de tudo, quiseram manifestar o seu apoio.
Com uma oração proferida por Dom Joaquim Justino Carreira, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo iniciou-se a manifestação. Em seguida os presentes cantaram o Hino Nacional Brasileiro. Várias autoridades presentes fizeram uso da palavra.
Entre elas, o Dr. Antonio Floriano Pereira Pesaro, Titular da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, que discorreu sobre as recentes inovações nos convênios que a sua Pasta mantém com inúmeros grupos de idosos da Capital. A Presidente do Grande Conselho Municipal do Idoso de São Paulo, Irene Cruz trouxe o apoio do Conselho à Marcha dos Cabeças Brancas.
Vários oradores, das diversas regiões se manifestaram, apresentando os pedidos e trazendo a sua solidariedade na data máxima dos idosos de todo o mundo. No final da concentração começou uma passeata pelas ruas do centro em direção à Prefeitura Municipal, no Viaduto do Chá.
Na ausência do Prefeito Municipal, um oficial de gabinete recebeu a Carta Documento dos Idosos de São Paulo cujo teor pode ser resumido na defesa dos direitos dos idosos garantidos por leis e polÃticas públicas mas que ainda não são aplicados na prática do dia a dia.
Três pontos foram destacados: a criação de redes de apoio comunitário aos idosos fragilizados e acamados permanentemente, a construção de 90 Centros de Convivência na periferia, para evitar o isolamento dos idosos que passam a maior parte do seu dia sozinhos em suas casas e a aplicação integral do Estatuto do Idoso em todos os seus itens.
O Assessor do Prefeito Municipal recebeu e protocolou a Carta Documento. Informando que após estudo pormenorizado do seu teor, haveria uma resposta sobre a possibilidade da implementação das medidas que a Carta Documento preconiza. Estamos aguardando a resposta.
Da sede da Prefeitura Municipal, os participantes dirigiram-se ao Ministério Público Estadual quando entregaram aos Procuradores de Justiça um pedido para que se viabilize a transformação dos atuais conselhos municipais e estadual de idosos em Conselhos de Defesa dos Direitos dos Idosos.
Em resumo: a bandeira que hoje reúne todos os idosos não só da Capital como de todo o Brasil, é a Defesa dos Direitos do Idoso, apoiados que estamos por inúmeras entidades, entre as quais se destacam a Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, o Conselho Nacional de Direitos do Idoso, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e do Senado da República, o Ministério Público Estadual, a Ordem dos Advogados do Brasil (São Paulo), o Grande Conselho Municipal do Idoso de São Paulo, o Conselho Estadual do Idoso, a Pastoral da Pessoa Idosa e diversas Secretarias Estaduais e Municipais.
Apenas uma integração de esforços das mais diversas entidades governamentais e não governamentais, das instituições de ensino e pesquisa, dos conselhos, das pastorais de saúde, das mais diversas entidades da sociedade civil que atuam de uma forma ou outra no segmento idoso num esforço conjunto, numa ação intersetorial é que poderão surgir soluções definitivas, permanentes e inteiramente abrangentes.
Não adianta o idoso se lamentar, se queixar, colocar-se como vÃtima de uma sociedade injusta e discriminadora, por a culpa nos governos ou chegar à conclusão que tudo está perdido e que não há esperança de um presente que seja digno de seres humanos.
A lição mais valiosa que a nossa Marcha, a nossa arregimentação trouxe para todos nós é que o idoso precisa ser o agente da própria libertação, precisa ser protagonista, participando do Envelhecimento Ativo (Organização Mundial de Saúde – 2002), se envolvendo nas questões que lhe dizem diretamente respeito: a saúde, a participação e a segurança.
Para 2008 as manifestações do Dia Internacional do Idoso serão meticulosamente planejadas e executadas em todos os seus pormenores, aproveitando nossa experiência anterior, tendo ainda mais adesões, conseguindo dessa maneira sensibilizar a opinião pública para as questões do envelhecimento humano.
Fuente:
Dr. Héctor Del Pozzo
Movimiento Solidosos
e-mail 3 octubre de 2007.